sexta-feira, 31 de dezembro de 2010


Há no fim da estrofe
o que realmente teria que ser dito
o que importaria,
o que mais sufoca,
interrompe e não tem prazo pra acabar.
As indagações que nunca cessam,
os porques que nunca causam nenhuma
aspiração a qualquer resposta.
O final da estrofe é a chave,
como se procura a face de Deus
no céu e se encontra...
Mas tanto que calo e que
se engasga em mim,
que é impossível transferir
pro óbvio de tantas frases
formuladas por esses pensamentos
recém-saídos de um modelo
quase idêntico do que é loucura,
que pára no meio do caminho
e fica intacto,intransponível,
preso como muitas vezes me encontro
presa no infinito impossível do
meu eu mais perigoso e mais inacessível.

No final da estrofe,
eu sou nua e crua,
sem censura e liberta
do tudo e do nada
que se ocultam em mim
o tempo todo,
todo o tempo.





 
PS.e é assim que o ano termina...
Feliz novo ano!

domingo, 26 de dezembro de 2010


A única razão que me leva
a crêr que não estou sozinha
é a minha capacidade de
contestar comigo mesma sempre.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


Estou fria,quase gelando,por fora,por dentro,
por toda parte.Espremendo os restos de tantos
cacos de coração,de alma e de mente.
Se me perguntarem por que sinto tanto,
não saberei como responder.
Sou apenas mais uma,com apenas
várias formas de pensar.
Vivendo de ansiedade e sofrendo
de insônia...esperando loucamente
que exista um gigante que possa
pisar na terra catastrofando nossas vidas,
nossas ilusões,só pra me tirar da rotina,
a fim de trazer qualquer mudança para o meu dia.

(...)"enquando escreve,quase vomitando as palavras,
ela,sem quase se dar conta,apenas sonha,de coração,
que o gigante exista,não para realizar a destruição
que pensa,mas só para dar-lhe um pouco de proteção
e afeto genuíno."

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Joel and Clementine...


"Volte e faça uma despedida, pelo menos.
Vamos fingir que tivemos uma..."

(Eternal Sunshine of the Spotless Mind )

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mais um selo...




Recebi um novo selo da Fernanda Ribeiro do blog Ínfima Parte(http://umaformadepensamento.blogspot.com/)

Com este selo devo:
1- Contar 10 coisas sobre mim;
2- Dedicar para mais 10 blogs;
3- E avisá-los sobre a dedicação.

Abaixo,segue a lista dos blogs que indico e repasso o selo.
Preciso de um tempo pra pensar nas 10 coisas sobre mim,é muita coisa.

=)
Grata!!! 

terça-feira, 14 de dezembro de 2010


A vida é um baile de máscaras.
Não se sabe quem é quem
até tirarmos as máscaras.
É preciso coragem muita
pra identificarmos
todos os 'eus' que
possam existir dentro
de nós.

Os meus?
Estão perdidos por aí
confundidos e confundindo,
entre tantos outros
que encontram-se perdidos
por aí também...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Dia de Selo!


Recebi este selo da Fernanda Ribeiro do blog
ínfima Parte(http://umaformadepensamento.blogspot.com).
Grata,Fernanda!!
=)



PS:Meu blog não faz verão não.Sou inimiga do sol e consequentemente do verão,mas por consideração ao presente,repasso o selo e agradeço a quem me enviou.

:)



Bom,com este selo devo:
  Mencionar quem indicou e disponibilizar link para o blog do remetente.
  Indicar o selo para 8 (oito) blogs:
Umbigo sem Furo(http://umbigosemfuro.blogspot.com)
A Longa Estrada(http://alongaestrada.wordpress.com)
The dreams go by(http://psicodelialucinogena.blogspot.com)
Palavras Obsoletas(http://palavras-obsoletas.blogspot.com)
Mess of me(http://messofmyself.blogspot.com)
Pouco Perfeito(http://alexandretenorio.blogspot.com)
Bodegário(http://bodegario.blogspot.com)
Felipe Snts(http://felipe-snts.blogspot.com)


domingo, 12 de dezembro de 2010

À Clarice...

"O que obviamente não presta
sempre me interessou muito. 
Gosto de um modo carinhoso 
do inacabado,
do malfeito,
daquilo que desajeitadamente
tenta um pequeno vôo 
e cai sem graça no chão."

E essa é Lispector.

O medo


Tem aqui um medo constante e sem final.
Abuso,
brindo,
converso
e até que,às vezes,
me divirto com ele
e ele gargalha de mim também.
O que acontece
é que ele também tem um medo...
De parar de ouvir minhas eloquências,
minhas gargalhadas,
medo de parar de sentir
o cheiro do vinho tinto
que me aquece
e me deixa leve de vez em quando,
ele tem medo
que eu possa assim,
brindar sozinha,
esquecendo-me dele.
Existe aqui
um medo que sente medo.
Ele teme ser sozinho
por isso
jamais vai me deixar ir.

E eu sinto pena dele.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


Fujo da minha própria perseguiçao
Do meu próprio eu
do que sou
do que pareço ser,
de toda essa estranheza...
sou labirinto falho,sem saída.
Esqueceram de projetar a saída
para que eu seguisse presa
junto a essa liberdade
sem nome dentro de mim...
Um par de pés,
um ímpar de saudade,
perguntas sem respostas,
um frio no estômago,
uma ansiedade a tomar conta,
um rompimento do que não se deve romper.

Ando assim,
à esperar
à procurar
o que aqui dentro
espera,na inquietude,ser fim.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dizeres de dezembro...


É assim
Ele segura minha mão
como se mostrasse
que assim
estarei mais segura,
como se estivesse
mostrando-me o caminho
dando-me proteção...
Era sim,o que eu precisava,
tudo que havia ficado pendente,
é a estrofe mais importante
de um dos textos mais esperados.
Pra não faltar o que dizer
e pra que nunca mais
eu sinta medo de nada.

Boa noite,pequena garota
dos sonhos cor de neve.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010


Sobre onde falhei?Não sei.Ou sei?Talvez saiba.
Talvez não queira dizer,como muito que não digo
por apenas não querer,ou por não me permitir dizer.
É interessante como o que não deve permanecer vai embora,some,esvai-se...
Como as migalhas de nós,lembra?
Sem dó,sem piedade...
Quanto mais doer,melhor.
Melhor pra quem?Não para o que fica,é certo.
Falhas achamos no abismo de nós
onde só nós somos capazes de ir e voltar
em busca do que possa preencher,
do infinito de alguém que possa nos preencher
de infinito também.

Mas o que fica,arrebenta-se do lado mais frágil ainda.
E quando dar-se conta da urgência que lhe exige a
vida viver,aquilo que apenas ficou,
já encontra-se exausto pra recomeçar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Os erros são meus...



Errei... Fui feita de erros.
Dispenso julgamentos,
sigo amiga do pecado.
Inebriada de incertezas
e insegura do que sou.
Ando cega de incompreensão
Doida de razão
Infestada de fantasias...
Desafiando os meus pés no chão,
cansada do que sei.
Distraí a alegria do que poderia ter sido.

Que faço eu,
sonhadora,
prisioneira,
pecadora,
se tenho apenas um corpo e o sentimento
de mil palavras...??!!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

"...I will be king and you will be queen..."

A covardia

Certo dia,ousou dizer-me a covardia
que de falta de coragem já se enchia
que estaria,na sua imensa inércia,
consumindo-se de medo de enfrentar.

Calou-me assim,
fiquei sem saber,
sem poder...
Entalada de vergonha
e também de tristeza.
Afundei-me em tamanha falta
de cuidado com a qual falou-me,
com a tremenda frieza que
tratou minha esperança.
Vi-me num olhar perdido
à buscar o que não podia mudar.

Certo dia,
ouvi dizer-me a covardia
assim,tão fria,
que iria embora,
que jamais poderia...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

No relógio do meu tempo


Hoje,ao amanhecer,descobri
que tudo é invenção...
Que a força do pensamento é capaz
que tudo pode ser real
que o azul pode ser parte também de toda a noite
que tudo depende da organização
e um dia pode ser simplificado...
Que o que os meus pés conseguem tocar
sempre poderá passar do chão
e ser aquecido pelo calor da luz
que me despertou.
Que nem tudo é meio chato,
que não só já nascemos com asas,
mas vai existir um algo que nos ensinará como usá-las.

Pena que hoje,ao descobrir tanta coisa,
ainda não estava claro
e o relógio do meu tempo
marcava apenas,meia-noite e cinco.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sim!
Suave assim,
como um sim,
quisera ser o ar que inspiro,
a platéia que me aguarda,
a pouca fé que me persegue,
o café que me desperta.
Hoje foi isso,
refletida no espelho
de uma imaginação temida
o que seria daqui pra frente,
o que estaria além do que se limita.
Acordar é isso,
uma busca incansável
de enxergar além
de onde deveria ser o fim.

É onde sempre chego
e onde sempre fico mais tempo,
no intervalo em que termina um dia
para iniciar-se outro.

sábado, 13 de novembro de 2010



Há em mim tudo que não se pode prever
que quer gritar,e ficar,e ser outro
Que não se contenta com pouco
que quer ser alívio e liberto
que quer ser desperto.
Há algo além,que é ainda mais forte,
mais presente, e se faz sempre presente,
até quando adormeço.
Até quando não estou em mim,
quando esqueço quem sou.
E isso jamais me abandona...
Faz da ausência do outro
pedaço de chão que me sustenta,
que apara meu corpo e suporta meu carma,
suporta a carência que atinge meu passado,
que sufoca meu presente,
que suplica meu futuro,
que me acorda quando finjo morrer.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010



“Falta imaginação à maioria das pessoas supostamente valentes. É como se não pudessem conceber o que aconteceria se alguma coisa saísse mal. Os verdadeiros valentes vencem a sua imaginação e fazem o que devem fazer.”

(Bukowski)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Tem vez que é preciso parar,mais de uma vez,e ficar escutando,só escutando...
...Os passos de quem te segue.
Os sussurros de quem te chama,
os pensamentos de quem mora contigo,
no teu corpo,na tua mente,na tua alma.
Mas e quem deixou de seguir-te??
Que passos escutar??

Onde catar os restos de nós que ficaram pelo caminho por onde não se pode mais voltar..?

Não será possível.
Vão pisar em nossas migalhas,sem dó,
e nem vão notar que pisaram...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Poeminha Triste

Precisa terminar... o mês, o ano
e todos os dias que passam em cinza.
Todas as noites que se seguem sozinhas.
Sinto tanto por isso que sinto.
Sinto ser destino incerto,
ser caminho escuro e me esconder na escuridão.
Pelo o que sou,
sinto pelo o que sei de mim e pelo o que não sei também.
Essa ressaca de alma que nunca passa
A vida em preto e branco que nunca fica azul
Pela luz do sol que não me reconhece mais
Por não poder mudar de época,
reviver em outros anos,
sorrir à esperar a primavera.
Sinto tanto por não sentir diferente
Por não ser igual
Por não ser de fácil entendimento
Por ter um sofrimento constante e incontestável
Que sofre e chora comigo
e ver comigo todos esses dias acinzentados,
o sol que passa despercebido
e a vida que passa à chorar por nossos olhos.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010


Dilacero,despedaço,esfarelo.
São migalhas de mim ao chão...
São pedaços de versos aflitos,
centenas deles, que se transformam
em farelos de mim
tão loucos,tão poucos,tão sujos
que partem dos meus dedos esvaindo-se,
ferindo o papel
afim de suportar a dor de estar em fio.
Dor do que não fui,
do que ficou
dor do que faltou.

Sufoco,engasgo,quase morro
entupo-me do vazio que me cabe
Peço paz,imploro abrigo...
Mas é apenas noite,
como sempre foi
e como sempre acaba.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

                                   (Da janela do Filipe)

Por que recomeçar é tão doloroso? E como o movimento de rotação e translação não está nem aí pra gente?É dia,é noite,é madugada,é verão,é primavera, é todo dia, as mesmas horas se seguem, os mesmos meses todos os anos, os anos que te envelhecem sem piedade e nada te liga, nada se preocupa contigo. Cumprem seus horários e somem para reaparecer no dia seguinte, no ano seguinte, com a mesma cara de nada...e você explode sozinho com as loucuras que sua mente cogita. Nem tente achar respostas, pois elas nunca chegarão e só te fará mal a frustração de não saber onde se vai parar ou porque você veio parar aqui. Mas eu sei porque eu vim parar aqui, pra me desfazer de toneladas de palavras, idéias, pensamentos e repressões que respiro todos os dias repetidos que vivem as minhas lembranças.
E assim, eu sei que nunca será o bastante, sempre faltará algo pra dizer ou pra sentir. Por isso escrevo, escrever me completa e me faz flutuar de vez em quando...

sábado, 16 de outubro de 2010


Meu mundo é pequeno,
não cabe muito de mim
Celebro o que me dói com o gole da ausência do que sou
Contemplo o que não tenho...
Outrora, por acaso,
como um susto,
me faço fim
Quisera a sorte estender-se aos pés dessa vida,
vida inevitável,
morte incompreendida
Falta que não me cessa
tão constante quanto abrir os olhos,
quanto chorar e amar,
quanto doer.
Recolho gestos sinceros
de quem escuta a própria alma
buscando alcançar, de longe,
a voz do sentimento que ocupa
meu pequeno mundo de criança
que se perde em fantasias,
sentindo dor de gente grande.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


O que busco é o que calo.
O que espero é o que não ouço.
O que temo, o que não ouso.
Sinto-me presa, presa por nada,
de nada, nem de ninguém.
Há tanto que quero gritar,
mas fico muda...
Inerte...Incerta,
perdida de tudo.
Do tudo que não encontro em mim
Repetindo em versos cansados,
em frases inexpressivas, sofridas,
abandonadas...
Sigo assim,
sentida do tudo e do nada que me cercam.

sábado, 9 de outubro de 2010



Às vezes eu me invento,
como já te inventei também.
Te inventei perfeito, pra me salvar.
Porque sonhei que estava perdida
no absurdo do que penso,
do que pouco sou,
do que nada sei.
Invento-me para ser suportável,
mas nem sempre funciona,
nem sempre você me aparece herói...!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010



Eu sou a poesia que quero pensar
num leve lembrar do que fui...
Sou o que quero ser e nada grito.
As minhas lágrimas são sentidas como quem necessita sentir,
e o meu coração está leve como o voar de uma borboleta.
E tudo que preciso, talvez, é o que menos mereço.
A simplicidade do teu sorriso e o aconchedo do teu abraço.
Só assim, me sentirei liberta das armadilhas do mundo
e do que um dia me fez tropeçar...

E tudo é tão simples,
tão quieto,
tão puro em mim.

Não pesa em meu peito
este silêncio,
esta calma,
essa solidão.
Apenas se funde com a alegria de respirar
o mesmo ar que o teu...
E as minhas lágrimas
são a voz de um coração
que transborda de sentimentos numa intensidade que me assusta.

terça-feira, 5 de outubro de 2010



Tem gente que só pensa em si próprio.
Eu já pensei, claro, mas não foi todo dia, não é toda hora. 
Só quando me sinto insegura. 
Aí, fico quieta, pensando só o que é ruim
e juro pra mim mesma que não vou mais pensar nos outros, 
só no que for melhor pra mim.
Logo, isso não me satisfaz
e fica um vazio do tamanho do mundo no peito, 
vem também uma falta de ar, 
o acelerar do coração e por aí vai...
Coração torto,tolo,burro,idiota...
Tem gente que nem sabe o que é sensibilidade à flor da pele,
dessas, que eu sinto de vez em quando. 
Talvez seja por isso que eu viva doente,
mas hoje to doente mais de saudade, 
de desejo de realização, 
de falta de ar puro e do cheiro da noite de lua cheia. 
Às vezes nem sei o que me faz ser vazio, 
o que me faz querer não sentir nada...
É quando resta só o eco da noite,
sem lua e sem brisa, 
que fico assim, com esse gosto de nada na garganta,
que nunca passa...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Duas décadas e cinco anos...




O que vejo refletido é um pálido rosto de traços de infância...
Um despertar, talvez, pouco amadurecido
que se esmaece num impulso de um segundo.
E num olhar de pouco acaso escondem-se respostas
que não se podem buscar.
E o que foi vivido foi tão pouco e tão muito pra mim...
Mas assim me vejo, às vezes doce, às vezes incerta.
O que se apaga em mim é o gosto na boca de outras bocas...
Muito aprendi como capricho, pouco, o que é necessário.
No reflexo desse espelho, tantos olhares irregulares e de criança louca,
e tanto de mim que não posso tocar...
Dentro desses anos que apenas me revelam que ainda muito há de se pensar.


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

 
Aurora, queria ver a aurora.
Não. Não só ver. Queria ser! A aurora de amanhã.
Pura e nova como só ela consegue ser.
Cheia de luz e de cheiro do que nasce pra luz.
Mas quando eu sentí-la a contrastar com o que penso
já não verei a pureza que espero...
Lamentável ilusão! Comparar tal pensamento à infinita grandeza
de uma doce alvorada, que aos poucos esvai-se como tudo que calo,
que recolho, que não invento.
Tenho um corpo claro guardando uma alma
sobrenatural, que veio buscar aqui o que ainda
não se sabe, algo enigmático tal como ela é.

Desperta-te, criança, que o dia é breve
e o pulsar da noite logo se apodera de nós
e do resto do mundo...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010


De repente sou chão, cinzas e nada. Assim,
bem de repente é que me grita tudo em que creio.
Sou posta à prova, fraca, forte, indefesa, meio termo?
Mas me enjoa meio termo,
não estou aqui pra ser mais ou menos,
pra ser talvez ou pra ouvir "quem sabe um dia".
Sou inteira e abomino a metade.
Sou o todo,o pleno, o total...
O que me cerca é o que não vejo,
está por dentro gritando a todo momento
por um suspiro de alívio.
O alívio que me cega, que não me rende...
O passar das horas já não é tão ponderável e resta apenas fragmentos de um tempo
pra que eu possa escoar essa tensão que me domina.
Chão, cinzas e nada,
antes assim do que "morna", "mais ou menos" ou "meio termo"...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pensando em mim



Quando ainda pensares em mim, amor
Pensa calmo, sem pressa, devagarinho
Não te deixes envolver com a minha dor
Mas deixa-me num instante ser pertinho

Deita-te, bendito, em meus tristes versos
Busca-me no longe vazio desse mundo
Nos teus olhos de luz onde estão imersos
A versão viva do meu ser mais profundo

Canta, canta a alma bendita que vive em mim
Faz-me habitar mais uma vez em ti por fim
Para que sejamos exaltados por Deus

E se um dia há de o mundo acabar
Hás de resurgir cantando a lembrar
Toda adoração que fiz dos carinhos teus.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Excessos da Alma & Sorriso de Criança

Os excessos da minha alma estão me consumindo aos poucos, e depois de tal proeza, será a morte? Sinto-me cansada de tédio e cheia de vazio. Sou feita de amores explosivos, de sonhos distantes. Meu sorriso é de criança, mas o que pronuncio é censurado. Preciso aliviar meus anseios, perseguir meus pensamentos mais extremos, porém, numa fração de segundos nada mais importa e uma vez mais lá estou eu, transpírando intensidade por todos os poros, tentando impor limites pro que não se pode limitar. Sofro de exageros e todos os temas são dramáticos, vivo de paixões incansáveis, e apaixonar-se é uma arte que jamais se compreenderá. É remédio e é tédio, é veneno doce. Hora, estou cega e despedaçada, só por dentro, onde ninguém consegue ver. Escondo-me nas entrelinhas, no vazio do que escrevo. Por que escrever é tão triste e tão absurdamente necessário?
E em que tempo tudo isso importará de verdade? E pra que importar?
Cansei!
Nada mais me pertence senão a escuridão dessa noite esquisita, noite perdida, com sorriso de criança, como eu...

domingo, 26 de setembro de 2010


Preciso do ar que rejeito, dos ventos fortes, do frio que arrepia,do calor que queima até a alma. A intensidade de todos os momentos, até o mais breve, é o que busco. É um desespero de pressa, de formalização do ato, do alcance do hoje, do agora! Não posso antecipar o tempo, nem viver 2015 cinco anos antes. A necessidade de doação me supera cada dia mais, como o que não se controla. Perco-me no dia, na noite e nos momentos que só existem no meu pensamento de exploradora de mentes e o que posso é viver um minuto de cada vez, como vivem os normais...

sábado, 25 de setembro de 2010

E a culpa? De quem é a culpa?
Nada se regenera absolutamente. 
Tudo fica como deve ficar, da forma que veio pra ficar. 
A necessidade que ocupa esses espaço no meu peito é transformada de tal forma que me faz sentir pena. Pena de mim, talvez, por não ser igual, por não pensar igual. Mas o quanto é terrível sentir pena de si???
Meu corpo é apenas um corpo, que já foi seu sim... que se acostumou com isso e que agora sofre, quase apodrecendo, por não saber como pertencer a outro corpo apenas pela necessidade que me perturba a carne.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

E quando é tempo de ter idade?Quando podemos perceber o que realmente somos, o que queremos e o que teremos? São perguntas simples e ao mesmo tempo tolas que a maioria das pessoas fazem para si. As respostas nunca aparecem, nunca processam nada e eu fico perdida no vácuo, esperando sei lá o que, que vem não sei de onde. E assim como eu, tolas perguntas e vagas respostas estão soltas no vazio à medida em que a vida vai se consumindo. Eu escrevo porque preciso, necessito. E acredite, aqui e nas entrelinhas só está o que realmente importa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

E o que é a saudade...?


Despedir-se é só não ser visto, nem tocado.
Pelos olhos que antes se via, pelo toque de antes,
que se sentia.
Escrever é tão triste quanto ir embora
e a minha necessidade é irregular, fora de rumo.
Tem uma coisa que perturba outra coisa, na alma,
na calma em que penso. E eu vejo a falta pintada de cinza,
tão só e tão sobrevivente de mim. Ela sorri e me acena constantemente
E o meu coração, não quieto, sorri amarelo ao encanto
da falta do que antes se tinha.
Diz-se que de saudade não se morre, respondo solene, que também não se vive.