sexta-feira, 1 de outubro de 2010

 
Aurora, queria ver a aurora.
Não. Não só ver. Queria ser! A aurora de amanhã.
Pura e nova como só ela consegue ser.
Cheia de luz e de cheiro do que nasce pra luz.
Mas quando eu sentí-la a contrastar com o que penso
já não verei a pureza que espero...
Lamentável ilusão! Comparar tal pensamento à infinita grandeza
de uma doce alvorada, que aos poucos esvai-se como tudo que calo,
que recolho, que não invento.
Tenho um corpo claro guardando uma alma
sobrenatural, que veio buscar aqui o que ainda
não se sabe, algo enigmático tal como ela é.

Desperta-te, criança, que o dia é breve
e o pulsar da noite logo se apodera de nós
e do resto do mundo...

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