segunda-feira, 28 de março de 2011

"No mar estava escrita uma cidade."


VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.

Do nosso homenageado de hoje: 
(Carlos Drummond de Andrade)

10 comentários:

  1. Não conheci esse poema do Drummond. Remete-me a Heidegger e Shakespeare (embora como um sussuro de gravidade atraves de temática tã ingênua). Lindo tema esse o de crescer, lindo o modo como as questões da infância permanecem as mais intrigantes:

    "Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
    Ou a gente só principia a ser quando cresce?
    É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?"

    Questões que me lembram de outro poema, de Peter Handke:

    "Quando a criança era criança
    Era tempo das perguntas:
    Por que eu sou eu e não você?
    Por que eu estou aqui e por que não lá?
    Quando começou o tempo e onde termina o espaço?
    Será que a vida sob o sol nada mais é que um sonho?
    Será que o que vejo, escuto e cheiro
    Não é apenas uma miragem do mundo anterior ao mundo?
    Será que realmente existe o Mal e as pessoas malvadas?
    Como é possível?
    Eu, que sou eu não existia antes de existir.
    E, no futuro, eu, que sou eu não serei mais quem eu sou."

    Enfim... parabens pela escolha, Judy. É realmente um magnífico poema.

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  2. Ser é ser, é simplesmente SER, mas a partir do momento que ser se torna algo fixo perde-se a essência do ser, pois o que seríamos de nós se não pudessemos ser o que queremos ser? ou o que seremos de nós se simplesmente já não fossemos?

    visite o meu:
    www.umaformadepensamento.blogspot.com
    valeu ^^

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  3. Getulio,

    É um poema simples, que muito me emociona. Um dos trechos que mais gosto é justamente o que vc citou: "Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
    Ou a gente só principia a ser quando cresce?
    É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?". Incrível como sua simplicidade e autenticidade revela-se tão intensamente.
    Grata por sua visita uma vez mais.
    =)

    Fernanda,
    São pensamentos constantes em minha forma de pensar... =/
    Grata por sua visita uma vez mais, to indo agora mesmo no seu blog.
    =)

    Bjos pra vocês!

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  4. quando crescemos nem sabemos mais o q queriamos ser quando eramos mais novos.o tempo faz termos novas escolhas e nos força as vezes a tomar novas decisoes.

    drummond, um dos melhores!
    bjo judy espro sua visita querida!

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  5. (Drummond me comove)

    Verdade... mts vezes somos obrigados a tomar certas decisões,por isso,vida se torna meio incompreensível.

    Ale,
    to passando la agora mesmo...

    Bjs.

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  6. adorei.
    Renado Russo tbm cantou sobre isso.
    na verdade acho que desde que nascemos somos, porem não sabemos. então resta a pergunta, o que somos?rs
    bjs
    Paz

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  7. Felipe,

    É uma resposta complexa!=/
    Grata por sua visita sempre. =)
    Tinha sentido falta de seus comentários.

    Sinopse,
    Obrigada por suas visitas constantes.

    Bjos pra vcs!

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  8. Judy!
    estive fora um tempo, cheio de saudades!!
    tambem agradeço sua visita e sim tinha bastante dor mas com o arrependimento vem a paz!
    bjs

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  9. Então, seja bem vindo novamente!
    =)

    Visitarei mais seu blog.
    Bjs!!

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