sábado, 13 de novembro de 2010
Há em mim tudo que não se pode prever
que quer gritar,e ficar,e ser outro
Que não se contenta com pouco
que quer ser alívio e liberto
que quer ser desperto.
Há algo além,que é ainda mais forte,
mais presente, e se faz sempre presente,
até quando adormeço.
Até quando não estou em mim,
quando esqueço quem sou.
E isso jamais me abandona...
Faz da ausência do outro
pedaço de chão que me sustenta,
que apara meu corpo e suporta meu carma,
suporta a carência que atinge meu passado,
que sufoca meu presente,
que suplica meu futuro,
que me acorda quando finjo morrer.
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"...gritar,e ficar,e ser outro" - lindo verso; bela concatenação que transmite o movimento como algo de múltiplo. Os últimos três versos são também extraordinários. Lindo poema. Parabens!
ResponderExcluirGetulio,
ResponderExcluirUma vez mais,grata por sua visita e comentário.É uma honra!
Bjs e bom final de semana pra você.
=)
Minha mente inquieta
ResponderExcluirMinha cabeça perturbada
Meus transtornos psicológicos
Minhas lembranças de outros tempos
Meu passado grande e misterioso
Meus mundos idealizados
Minha sede por mudar o mundo
Minha falta de ideologia
Minha pequenez descoberta
Meus sonhos perdidos
Minhas músicas melancólicas
Meus livros não lidos
Meus dilemas religiosos
Minha solidão e fobias
Meus vinte anos de enganação
Meu céu cor de prata
Minha eterna falta do que falar
Minha eterna falta do que fazer
Meu roxo, meu vermelho e depois meu branco
Meu horizonte que só vai até a parede
Meu dever por sobrevivência
Minha necessidade de ser forte
Minha ânsia pela morte
Minhas acusações infantis
Minha imaturidade guardada
Minhas tentativas desesperadas de ajudar
Minha falta de sentido, tanto de ser como de viver
Minhas cobranças pelo homem que deveria ser
Minhas cobranças pelo homem que fui
Minha existência de luz e minha mente de sombras
Minhas mortes, minhas vidas
Meus gostos sem gosto
Meus discursos empolgantes
Minha desesperança
Minha suprema dor de ser apenas eu mesmo
E não ter nada ou ninguém comigo
- Euclides Araújo
Euclides,
ResponderExcluirO que tenho a dizer:muito bom!
Senti um pouco da dor que vc sentiu ao escrevê-lo.Passou sua mensagem,pode ter certeza.
Bjs e bom domingo!
você tem uma ''mão'' tão boa, leve e pesada para palavras e poemas fortes e intensos, apresentados de maneira sutil. gosto disso :]
ResponderExcluir''faz da ausência do outro pedaço do chão que me sustenta'' muito bonito e triste.
a imagem que você colocou ilustrou tão bem o texto.
''me acorda quando finjo morrer'', lindo.
nossa briga com pensamentos, memórias e sentimentos que, por vezes, assumem o controle de nossa máquina.
belo poema!!
bjs
Luiz Eduardo,
ResponderExcluirNão podia haver imagem melhor,não é?Apaixonei-me por ela!!Nem preciso dizer que gostei do comentário.
Obrigada,viu?
Bjs e bom domingo.
muito bom Ju. Otimo espaço! visitarei sempre!
ResponderExcluirMuito nítidos, sinceros e palpáveis seus sentimentos em cada palavra que você escreve. Bjos!
ResponderExcluirDeus te abençoe...
Alexandre,Jefferson,
ResponderExcluirSejam bem vindos!Agradeço aos comentários.
Bjos e boa semana pra vocês!
Belo poema! Ótimo conteúdo sem uma preocupação exagerada c/ as rimas. Gosto disso.
ResponderExcluirFica c/ Deus. Bjos!
Obrigada Jefferson,
ResponderExcluirEstou nessa fase,escrevi muitos sonetos,parei um pouco com as rimas,por enquanto...Que bom que gostou!
Valeu.
Bom fds.