quarta-feira, 29 de setembro de 2010


De repente sou chão, cinzas e nada. Assim,
bem de repente é que me grita tudo em que creio.
Sou posta à prova, fraca, forte, indefesa, meio termo?
Mas me enjoa meio termo,
não estou aqui pra ser mais ou menos,
pra ser talvez ou pra ouvir "quem sabe um dia".
Sou inteira e abomino a metade.
Sou o todo,o pleno, o total...
O que me cerca é o que não vejo,
está por dentro gritando a todo momento
por um suspiro de alívio.
O alívio que me cega, que não me rende...
O passar das horas já não é tão ponderável e resta apenas fragmentos de um tempo
pra que eu possa escoar essa tensão que me domina.
Chão, cinzas e nada,
antes assim do que "morna", "mais ou menos" ou "meio termo"...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pensando em mim



Quando ainda pensares em mim, amor
Pensa calmo, sem pressa, devagarinho
Não te deixes envolver com a minha dor
Mas deixa-me num instante ser pertinho

Deita-te, bendito, em meus tristes versos
Busca-me no longe vazio desse mundo
Nos teus olhos de luz onde estão imersos
A versão viva do meu ser mais profundo

Canta, canta a alma bendita que vive em mim
Faz-me habitar mais uma vez em ti por fim
Para que sejamos exaltados por Deus

E se um dia há de o mundo acabar
Hás de resurgir cantando a lembrar
Toda adoração que fiz dos carinhos teus.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Excessos da Alma & Sorriso de Criança

Os excessos da minha alma estão me consumindo aos poucos, e depois de tal proeza, será a morte? Sinto-me cansada de tédio e cheia de vazio. Sou feita de amores explosivos, de sonhos distantes. Meu sorriso é de criança, mas o que pronuncio é censurado. Preciso aliviar meus anseios, perseguir meus pensamentos mais extremos, porém, numa fração de segundos nada mais importa e uma vez mais lá estou eu, transpírando intensidade por todos os poros, tentando impor limites pro que não se pode limitar. Sofro de exageros e todos os temas são dramáticos, vivo de paixões incansáveis, e apaixonar-se é uma arte que jamais se compreenderá. É remédio e é tédio, é veneno doce. Hora, estou cega e despedaçada, só por dentro, onde ninguém consegue ver. Escondo-me nas entrelinhas, no vazio do que escrevo. Por que escrever é tão triste e tão absurdamente necessário?
E em que tempo tudo isso importará de verdade? E pra que importar?
Cansei!
Nada mais me pertence senão a escuridão dessa noite esquisita, noite perdida, com sorriso de criança, como eu...

domingo, 26 de setembro de 2010


Preciso do ar que rejeito, dos ventos fortes, do frio que arrepia,do calor que queima até a alma. A intensidade de todos os momentos, até o mais breve, é o que busco. É um desespero de pressa, de formalização do ato, do alcance do hoje, do agora! Não posso antecipar o tempo, nem viver 2015 cinco anos antes. A necessidade de doação me supera cada dia mais, como o que não se controla. Perco-me no dia, na noite e nos momentos que só existem no meu pensamento de exploradora de mentes e o que posso é viver um minuto de cada vez, como vivem os normais...

sábado, 25 de setembro de 2010

E a culpa? De quem é a culpa?
Nada se regenera absolutamente. 
Tudo fica como deve ficar, da forma que veio pra ficar. 
A necessidade que ocupa esses espaço no meu peito é transformada de tal forma que me faz sentir pena. Pena de mim, talvez, por não ser igual, por não pensar igual. Mas o quanto é terrível sentir pena de si???
Meu corpo é apenas um corpo, que já foi seu sim... que se acostumou com isso e que agora sofre, quase apodrecendo, por não saber como pertencer a outro corpo apenas pela necessidade que me perturba a carne.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

E quando é tempo de ter idade?Quando podemos perceber o que realmente somos, o que queremos e o que teremos? São perguntas simples e ao mesmo tempo tolas que a maioria das pessoas fazem para si. As respostas nunca aparecem, nunca processam nada e eu fico perdida no vácuo, esperando sei lá o que, que vem não sei de onde. E assim como eu, tolas perguntas e vagas respostas estão soltas no vazio à medida em que a vida vai se consumindo. Eu escrevo porque preciso, necessito. E acredite, aqui e nas entrelinhas só está o que realmente importa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

E o que é a saudade...?


Despedir-se é só não ser visto, nem tocado.
Pelos olhos que antes se via, pelo toque de antes,
que se sentia.
Escrever é tão triste quanto ir embora
e a minha necessidade é irregular, fora de rumo.
Tem uma coisa que perturba outra coisa, na alma,
na calma em que penso. E eu vejo a falta pintada de cinza,
tão só e tão sobrevivente de mim. Ela sorri e me acena constantemente
E o meu coração, não quieto, sorri amarelo ao encanto
da falta do que antes se tinha.
Diz-se que de saudade não se morre, respondo solene, que também não se vive.